Sociedades hidraulicas
Para Wittfogel, trabalhos de irrigação eram necessários para conter e administrar as cheias sazonais desses rios, tornando as terras próprias para a agricultura, e sua complexidade explicaria um estado de servidão da imensa maioria da população. Para controlar e administrar esse trabalho do povo, bem como a distribuição dos excedentes agrícolas, seria necessária por sua vez uma forte centralização de governo. Essa centralização, o despotismo oriental, teria se dado a princípio em torno dos templos e depois dos palácios reais.
Válida a princípio para as civilizações mesopotâmica e egípcia, essa teoria também foi usada para explicar outras sociedades que cresceram em torno de grandes rios, como a China com os rios Amarelo e Yang-Tsé e a Índia com os rios Indo e Ganges.
A teoria da hipótese causal hidráulica de Wittfogel apareceu em 1957, no livro Oriental Despotism: A Comparative Study of Total Power, e até hoje aparece nos manuais didáticos de história [1]como o fator que explica o desenvolvimento das sociedades antigas do Oriente Próximo. No entanto, vários questionamentos têm sido colocados nas últimas décadas, em especial depois que novas escavações arqueológicas mostraram que a forma como Wittfogel interpretou artefatos e sítios urbanos não estava totalmente