Sociedade
Escolher ser engenheiro é algo muito pessoal e suas motivações são múltiplas, às vezes, prosaicas: influência familiar, perspectiva de dinheiro fácil em negócio já estabelecido, desejo de realizar algo positivo, atração pelos objetivos da profissão, idealismo de servir aos outros e de transformar o mundo, etc...
Formar-se engenheiro já é outra coisa. É preparar-se para ser agente transformador da natureza em favor do homem. Isto começa na nossa formação básica, continua no curso profissional e prolonga-se pelo resto de nossas vidas.
Cabe aqui uma palavra sobre as escolas de Engenharia e as universidades, locais onde nos formamos engenheiros. Elas não são e não podem ser um mero conjunto de prédios bem ou mal conservados, onde circulam alunos passageiros e trabalham professores descomprometidos com a sociedade e em processo de esclerosamento progressivo. Elas são um organismo vivo e devem ser o eco da sociedade que as sustenta e onde estão inseridas, considerando que, no caso do modelo educacional brasileiro, cabe ao Estado assegurar-lhes a existência. O quadro de professores, pela sua qualificação e produção técnico-científica; o quadro de funcionários, pelo eficiente profissionalismo com que faz funcionar sua máquina técnico-administrativa; e o corpo de alunos, pelo seu engajamento no processo de aprendizado e de crítica renovadora do conhecimento, é que fazem de uma escola a primeira de sua categoria.
Não se fazem escolas públicas de Engenharia com inércia, burocracia, lamúrias e empreguismo. Elas são feitas com esforço e seriedade. Se podemos reclamar do Estado, como representante da sociedade, o compromisso de dar às universidades condições de trabalharem e produzirem, temos que reclamar de seus membros. A produtividade que deles espera a sociedade que os financia é a razão de nossa existência.
Não se fazem escolas privadas de Engenharia com mercantilismo, busca