sociedade
As condições de se conseguir uma alforria eram remotas e o poder, autoridade e crueldade dos seus proprietários desconheciam limites. A jornada de trabalho era extensa a qual se iniciava antes do nascer do sol e terminava às onze da noite, nas épocas de colheitas. Havia ainda os que se tornavam escravos domésticos. Eram escolhidos conforme sua aparência e eram bem vestidos.
Esse é o universo das mucamas, pajens, amas-de-leite, amas-secas, cozinheiras, cocheiros, lavadeiras, copeiros e garotos de recado. No entanto, esses cativos representavam uma minoria e não raro distanciavam- se dos demais. Uma velha ladainha dizia: Negro no eito vira copeiro, não óia mais pra seu parceiro. (MOURA, 1996, p.12)
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Outro fato digno de descrição era a desproporção entre homens e mulheres escravos. Este fato dificultava os casamentos entre eles, sendo as uniões pouco toleradas pelos senhores. No entanto, em 1869 foi criada uma lei que proibia que o marido fosse separado da mulher e dos filhos com idade inferior a quinze anos. O escravo era considerado um patrimônio, uma demonstração de ostentação. Perder um escravo significa um prejuízo de grandes proporções. Em 1863 funcionava no Rio de Janeiro a Cia. Mútua de Seguro de Vida dos Escravos, que se incumbia do ressarcimento, ao senhor, dos prejuízos causados por alguma eventual perda. Nos conventos havia escravos e Nóbrega, em carta ao Rei, pedia escravos.
Macedo descreve: “Os conventos, a Sociedade de Jesus, frades e padres individualmente possuíam escravos, por mais difícil que seja entender