Sociedade e cultura portuguesas

Universidade Aberta
Departamento de Ciências Sociais e Gestão
Licenciatura em Estudos Europeus

E - Fólio B
Sociedade e Cultura Portuguesas
[UC-31118]
2º Ano 2º Semestre

1)

Ainda os ecos da revolução americana e francesa pairavam no ar, já Portugal se via no rescaldo

das invasões francesas, um rasto de destruição humana e material provocara uma verdadeira catástrofe económica mas também política e social, onde a fuga da Família Real para o Brasil demonstra de forma inequívoca a gravidade da situação. A condenação à morte do general Gomes Freire de Andrade (17571817) criara um forte descontentamento popular que culminaria com a Revolução Liberal de 24 de agosto de 1820 ocorrida no Porto. Esta baseou-se num puro ressentimento anti Inglês, antiabsolutista e anticlerical, num claro apoio à soberania nacional, à divisão tripartida de poderes e à representatividade, mas também numa reação ao caos económico e administrativo em que o país se encontrava. Podemos considerar que o nacionalismo liberal, também chamado de Vintismo, terá saído das famosas reuniões do
Sinédrio1 de que Manuel Fernandes Tomás (1771-1822), José Ferreira Borges (1786-1838), José da Silva
Carvalho (1782-1856) e J. Ferreira Viana (?) terão sido os principais mentores. Do ponto de vista cultural, também os intelectuais provenientes da Universidade de Coimbra, dos quais se destaca Alexandre
Herculano (1810-1877), terão tido um papel importante na difusão das ideologias liberais.
2)

As últimas décadas do Século XIX deixam-nos perceber uma identidade nacional ligada a um

sentimento de decadência e de regeneração, onde o absolutismo Miguelista apostava no uso da repressão numa tentativa de defesa dos valores tradicionais, “Trono e Altar” (Catroga, 1996:47), chegando para tal a invocar os mitos Sebastiânicos e do V Império do padre António Vieira (1608-1697) apregoando que o plano providencial divino se cumpriria, um grande absolutista foi Agostinho de Macedo