Sociedade de consumo
Marcello Chamusca No ultimo mês de março, a sociedade brasileira pôde contemplar perplexa um episódio onde a inversão de valores agregada à alienação cultural e ao consumismo imposto pelo capitalismo selvagem nos dias atuais, levou um jovem a um crime hediondo. Para adquirir um par de tênis, um adolescente de classe média, após ter discutido com a sua mãe, a assassinou com uma machadada na cabeça. Ao ser interrogado pelo delegado responsável pelo caso em questão, afirmou que matou a mãe porque ela não concordou em dar os trezentos e vinte reais necessários para matar o seu compulsivo desejo de comprar o objeto de consumo que lhe levaria ao êxtase do prazer naquele momento. Ao se deparar com fatos como este, a sociedade começa a questionar uma série de valores que agregou a sua cultura ao longo do processo de globalização da economia e da mundialização da cultura, imposta ao mundo nos últimos anos como forma de democratização das informações, dos bens e valores, que desenraiza os cidadãos da sua verdadeira origem, levando-os ao processo de desconstrução da sua identidade e conseqüentemente ao paradigma de pós-modernidade e da serialização dos estilos e comportamentos, que via de regra, determinam a orientação de cada um dentro do seu grupo social ou organização. Isso também leva antropólogos, sociólogos, psicólogos e estudiosos do comportamento humano em geral a empreenderem pesquisas das mais diversas sobre os possíveis motivos que levam um homem pelo simples prazer de consumir um objeto, matar a sua própria mãe. Cada dia que passa se desenvolvem técnicas mais refinadas para levar as pessoas a acreditarem que precisam consumir aquilo que elas de fato não precisam. Os profissionais de Publicidade têm levado as pessoas ao consumo exagerado de produtos e/ou serviços dos mais diversos, buscando atingir o centro das suas fraquezas humanas, desestabilizado-as e forçando-as a comprar objetos que em nada