Sociedade de Consumo no séc . XXI
“Vida para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria”
Vivemos hoje numa sociedade construída e edificada em padrões de organização extremamente complexos, dinâmicos, e de tal modo subtis, que a maior parte de nós apenas tem conhecimento de certa parte dela. É esse o segredo da sociedade de consumidores – conseguir que os seus indivíduos contribuam para a sua manutenção, sem que eles próprios se apercebam disso, e principalmente, sem que eles sintam que não têm outra alternativa. Neste sistema, o enxame substitui o grupo. Padrões comportamentais em massa sustentam esta sociedade, sem que seja necessário que os sujeitos que desempenhem essa importante tarefa global, precisem ter algo em comum entre eles, para além do facto de apresentarem o mesmo tipo de comportamento consumista. Neste tipo de colectividade, não é necessário existir um líder, nem uma cooperação entre os mesmos, apenas uma partilhada “direção toscamente coordenada do movimento atual”. É assustadoramente interessante verificar que a necessidade de fazer parte deste enxame é inversamente proporcional à autoconfiança e ao sentimento de segurança que sentimos em relação a nós próprios, e é por isso que atualmente, vários milhões de pessoas se misturam nesta espécie de mega-rebanho global, que, devido à incapacidade de decisão pessoal em relação a uma conduta própria a seguir, acomodam-se na “suposição de que tantos seres humanos capazes de sentir, pensar e escolher livremente não poderiam estar ao mesmo tempo enganados”. Aqueles que abandonarem o enxame nem chegam a ser considerados rebeldes – a sociedade classifica-os como “incompetentes” que “ficaram para trás” ou “perderam-se”. Outro fenómeno curioso que ocorre atualmente é a transformação de pessoas em mercadoria. Este processo funciona de um modo muito simples: a “capacidade de trabalho” é algo que tem um valor específico no mercado, e que por isso, deve ser promovido pelo próprio portador da