Sociedade colonial
|unidade e diversidade na América Portuguesa* |
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|Rodrigo Elias Caetano Gomes |
|Mestrando - UFF |
Certa feita, um professor, daqueles que hoje em dia raramente surgem, disse durante uma aula de História: “a mudança no vocabulário indica mudança na sociedade”. À primeira vista, pode parecer uma afirmação óbvia, sobretudo quando proferida em meio a historiadores. Porém ela encerra elementos que, se não observados meticulosamente pelo profissional da História, podem se voltar contra o seu ofício. E o principal destes elementos é a historicidade, ou seja, a especificidade do objeto em suas delimitações espaciais e temporais; a dificuldade em reduzir determinadas “realidades” históricas a esquemas ou conceitos que são a elas externos.
Dentro desta orientação procuraremos tratar aqui, de forma sumária, de alguns elementos constitutivos daquilo que costumamos chamar – talvez em desacordo com o que propôs o professor àcima – sociedade colonial da América portuguesa. Assim, devemos primeiramente traçar algumas linhas gerais acerca dos padrões norteadores desta sociedade – ou desta parte do corpo místico, como veremos adiante – com o objetivo de situarmos em termos sócio-culturais o tema em questão, procurando não utilizar categorias estranhas a este.
Devemos falar, portanto, em Antigo Regime – expressão que, aliás,