Sobre o texto Corpos Híbridos
Ao ler o texto de Laurence Louppe – Corpos Híbridos, me deparei com uma linguagem bem diferente do que o de costume, por isso, necessitei de algumas pesquisas na internet e reler o texto umas três vezes mais. E nomes como: Merce Cunnenghan, Dena David e Domique Bagouer, me soaram muito estranhos porque nunca tive contato com a dança contemporânea a não ser agora, na UFRJ.
Ao decorre do texto algo me surpreendeu: Como um texto com uma linguagem tão peculiar e que cita inúmeras vezes sobre a formação de bailarinos, pode se aproximar das observações que obtive da roda cultural? Estou falando de folclore, pessoas do povo, pés descalços. Estou falando do jongo da serrinha, jongo do quilombo de São José, do coco entre outras tantas danças folclóricas que observei, e as que também escaparam da minha memória e do meu conhecimento.
A relação que fiz do texto de Laurence com a Roda se deu logo ao me deparar com o título, que só passei a entender ao pesquisar no dicionário o significado de híbrido, e logo após, ao ler a explicação mais detalhado de hibridação. ‘‘[...] a mistura de sangue ou de raças engendra sujeitos mistos, não modificados em sua estrutura, mas enriquecidos pela acumulação de diferentes heranças genéticas e culturais’’.
Questões como raça, cor, estética, voz realmente não importava, nem causava nenhum tipo de incomodo ou estranheza para aqueles que estavam na roda cultural da UFRJ, estavam todos ali unidos em prol de algo muito maior. Ali se reafirmava o enraizamento de uma cultura extremamente rica, onde jovens caracterizavam a dança de um povo que cuida e perpetua esta dança de geração a geração. Onde ninguém precisava ou precisa ser grandes bailarinos, nem estar em grandes palcos para serem grandes.
Espaço e forma de uma significância enorme, de graus de complexidade e técnica, que aparentemente pode parecer simples para o corpo que já dança, mas que na verdade é completamente diferente na prática. O que importa mesmo, é que