Sobre a Morte

267 palavras 2 páginas
Morte! morte, morte... Oh, que poucas linhas e mente à mim está disposto, para discorrer sobre tão altivo tema! A musa das religiões, e como diria Bandeira " indesejada da gente ", é o assunto do qual cuidamos. Ela que é tão certa como a vida, afinal, há belos textos¹ sem começo e fim? Mas se tão categórico é o dissipar orgânico, por quê ainda trememos e tememos diante deste ponto (certamente o final ? ). Todos os seres viventes hão de morrer, contudo, somente ao espírito humano é dado essa certeza. As animalescas almas vivem no seio da natureza, ébrios de vida, e ignorantes de sua finitude. Aos homens coube a certeza de seu fim. Eis aí o cerne de toda filosofia e religião. Tão velho como o homem e igualmente atual ao indivíduo. Movemos sempre contra essa fatalidade, desesperando-nos ao sentir sua macilenta presença. Não compreendemos que pensar sobre tal não pertence aos vivos, como defendia Epicuro². E que , o não ser mais antigos estado nosso é, pois antes de sermos, não eramos; e ao fim do ser, só o não ser é.

1 E queres, leitor, texto mais belo que a vida, em que temos a oportunidade de retomarmos a cada dia, e darmos belos finais. Ou, se preferires, deixar somente um ponto final, e um enredo mal feito.

2 " " a morte não nos concerne"; pois, disse ele que, quando somos, a morte não é, e quando a morte é, não somos mais ( Diógenes Laércio, X, 27) "
Da morte, de Arthur Schopenhauer, página 28.

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