Sobre a discriminação, o racismo e as medidas afirmativas.
Quando nos debruçamos perante a temática da discriminação, reparamos no alto grau de complexidade que a questão possui. Por conter um grande número de variáveis envolvidas e ser um fenômeno histórico, não podemos mais nos dias de hoje diferenciar o quão psicológica ou sociológica é a influência que uma pessoa sofre tanto em direção a práticas discriminatórias, quanto em direção a práticas de integralização. É algo que transpassa todas as esferas das relações humanas. Mas é possível voltar no tempo e tentar analisar as raízes de um tipo específico de discriminação, o racismo. Este texto foca no racismo sofrido pelas pessoas negras. O racismo possui origens individuais ligadas a interesses econômicos dos povos responsáveis pelo Colonialismo. Que por dominarem as instituições sociais, econômicas e políticas fizeram que esses conceitos retrógrados se consolidassem na estrutura das próprias instituições, tornando o problema não mais pertencente à esfera individual, mas a esfera pública da sociedade, do coletivo.
Podemos tentar entender a dinâmica do racismo estudando seus modos de propagação durante o tempo. Normalmente ideias racistas propagam-se, depois de legitimadas por um setor da sociedade, por meio de círculos sociais que cultivam e ensinam uns aos outros seus argumentos enviesados. Adentrando esses grupos notamos que a estratégia de manutenção da ideia é feita de geração em geração, por meio de relações hierárquicas, parentais, que primam por influenciar os mais novos de maneira autoritária, podando todo e qualquer movimento no sentido de questionar o que lhes é passado. A fim de manter a ordem socioeconômica conveniente aos interessados.
A manutenção da organização econômica e social que beneficia uns em detrimento de outros depende fundamentalmente da alienação da população que muitas vezes é a própria vítima desta ordem. Nesse momento entra a conivência da mídia com ideias questionáveis, os indivíduos em geral se