SOBRE VENTOS
“Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!” Augusto Boal.
O objetivo deste texto é de traçar um perfil histórico da construção do Teatro que exponha as contraposições e influências metodológicas e funcionais da prática Teatral até o alcance do período onde o Teatro do Oprimido começa a ser construído, e seguir com sua elaboração. Sob a intenção de elencar elementos chave que motivaram a criação de um teatro participativo.
O teatro do Oprimido se coloca como uma prática política, comprometida com a libertação dos espectadores frente ao fenômeno teatral. Se caracteriza fundamentalmente pelo deslocamento do ator para o espectador, como agente principal da peça. Fazendo isso, um dos seus principais contribuidores, Augusto Boal, visa resgatar o espectador da condição de recptor da obra teatral terminada, para torná-lo novamente, junto ao coletivo, construtor da ação dramática. Como na infância do teatro onde este era uma prática livre e popular. Na intenção de ensaiar o espectador para a ação real, como cidadão participativo, sujeito da transformação.
Dentro dos centros de cultivo de TO (CTO-Rio) desvolveram-se modelos teatrais que viabilizam a produção teatral à qualquer indivíduo que se interesse em realizá-la. Colocando o artista como um ser comum, desmistificado. Devolvendo ao cidadão cotidiano a possibilidade de através de intervenções estéticas, recriar a realidade em que vive.
O teatro do Oprimido será desta maneira pioneiro na elaboração de teorias que propõem a reapropriação pelo público de elementos que constrõem um cidadão socialmente participativo, durante o fenômeno artístico-teatral.
A necessidade de encontrar as raízes do Teatro do Oprimido e perseguir seu desenvolvimento surgiu da intenção de iniciar uma