sobre kamaiura
De possível origem Aruak, os termos kama e yula associados significam “mortos no jirau”, sendo genericamente aplicados pelos povos falantes dessa língua aos vários contingentes tupi que migraram rumo à bacia dos formadores do rio Xingu. Os Kamayurá jamais se afastaram de sua área de ocupação, na região de confluência dos rios Culuene e Culiseu, próxima à grande lagoa Ipavu, que significa, na língua deste povo, “água grande”. Hoje em dia, a aldeia dos Kamayurá se localiza a cerca de dez quilômetros do rio Culuene, à sua direita. Constituem o território Kamayurá imediato à aldeia, formada pelas casas e pelo pátio cerimonial, a mata vizinha, a lagoa e os riachos. Habitação
Confeccionada pelos homens, a casa constitui um local de maia escuridão e privacidade, sendo ao mesmo tempo um lugar aberto, de domínio das mulheres e crianças. Em suas laterais habitam várias famílias nucleares e aparentadas. Na parte central, de uso compartilhado, ficam os fogos e o depósito de alimentos. A aldeia
A aldeia Kamayurá segue o modelo alto-xinguano, com casas de sapê, com teto arrendado até o chão, dispostas circularmente. No centro, um pátio ou “praça” (hoka ‘yterip) aonde convergem os caminhos que conduzem às moradias e lugares públicos. Aí se ergue a casa das flautas (topuwf), com o banco de rodas dos fumantes em frente, onde se reúnem os homens para contar os acontecimentos do dia ou discutir o preparo de uma atividade coletiva. Na praça, são recebidos, com discursos públicos, os mensageiros de outras aldeias e realizadas as lutas corporais do “huka-huka”, cerimoniais intergrupais, rituais, festas. É ainda o local de distribuição de comidas, geralmente em pagamento por serviços prestados, e onde se enterram os mortos. Alimentação
As principais atividades econômicas dos Kamayurá são a agricultura (mandioca) e a pesca. A agricultura é de colvara. Aos homens cabe a queima e a limpeza do terreno e, às mulheres, o plantio e a colheita. Pescar é