Situação conceitual do ensino da arte no brasil: os anos de 1980 e expectativas para o futuro
Os Anos de 1980 e Expectativas para o Futuro
Há dezessete anos, artes tem sido matéria obrigatória em escolas primarias e secundarias (primeiro e segundo grau) no Brasil. Foi um acordo oficial que surgiu da criação ideológica (acordo MEC-USAID) que reformulou a educação brasileira, estabelecendo em 1971 os objetivos e o currículo configurado na Lei Federal n. 5.692 de diretrizes e Bases da Educação. Essa lei estabeleceu uma educação tecnologicamente orientada que começou a profissionalizar a criança na sétima série, sendo a escola secundária completamente profissionalizante. Essa foi uma maneira de proporcionar Mao de obra barata para as companhias multinacionais que adquiriram grande poder econômico nos pais sob o regime da ditadura militar (1964 a 1983).
Não havia cursos de arte/educação nas universidades, apenas cursos para preparar professores de desenho, principalmente desenho geométrico. Fora das universidades, um movimento bastante ativo (Movimento das Escolinhas de Arte) tentava desenvolver desde 1948 a autoexpressão da criança e do adolescente através do ensino das artes. Em 1971, o movimento das escolinhas de arte estava difundido por todo pais com 32 “escolinhas”, a maioria delas particulares, oferecendo cursos de artes para crianças e adolescentes e cursos de arte/educação para professores e artistas.
Estes, porém, não puderam lecionar nas universidades por não terem nível universitário. Os cursos de licenciatura em educação artística nas universidades foram criados em 1973, com duração de dois anos, formando professores capazes de lecionar musica, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico. É um absurdo ter a intenção de transformar um jovem estudante (a média de idade de um estudante ingressante na universidade no Brasil e dezoito anos), com um curso de apenas dois anos, em um professor de tantas disciplinas artísticas.
De março a julho de 1983, a autora teve oportunidade de