Situação agrária brasileira
Nesse trabalho irei falar sobre a situação agrária brasileira: as origens históricas da concentração fundiária, as causas e conseqüências dos conflitos fundiários, a atuação do MST, o processo de produção no campo, os principais produtos de exportação, a diferença entre ocupação e invasão de terra e muitas outras curiosidades e informações sobre o assunto.
Situação Agrária Brasileira
A concentração de terra no Brasil é uma das maiores do mundo. Menos de 50 mil proprietários rurais possuem áreas superiores a mil hectares e controlam 50% das terras cadastradas. Cerca de 1% dos proprietários rurais detêm em torno de 46% de todas as terras. Dos aproximadamente 400 milhões de hectares titulados como propriedade privada, apenas 60 milhões de hectares são utilizados como lavoura. O restante das terras estão ociosas, sub-utilizadas, ou destinam-se à pecuária. Segundo dados do Incra, existem cerca de 100 milhões de hectares de terras ociosas no Brasil. Segundo o censo de 1995, existem cerca de 4,8 milhões de famílias de trabalhadores rurais “sem terra”, ou seja, que vivem em condições de arrendatários, meeiros, posseiros ou com propriedades de menos de 5 hectares. A Constituição brasileira determina que as terras que não cumprem sua função social devem ser desapropriadas para fins de reforma agrária. A função social da terra é determinada de acordo com o nível de produtividade, além de critérios que incluem os direitos trabalhistas e a proteção ao meio ambiente. O Brasil produz apenas 75 milhões de toneladas de grãos por ano. Esse número é quatro vezes menor do que a média de produção em países com condições climáticas e de solo iguais ou piores. As melhores terras destinam-se à monocultura de cultivos para a exportação como cana, café, algodão, soja e laranja( principais produtos de exportação do Brasil). Ao mesmo tempo, 32 milhões de pessoas passam fome no país e outras 65 milhões de pessoas alimentam-se de forma precária.