Sistemas
O Estado entra em luta consigo mesmo: um partido de poucos muito ricos e outro de muitos pobres estarão em guerra, prevalecendo o último: “A democracia surge quando após a vitória dos pobres, estes matam uns, expulsam outros, e partilham igualmente o governo e as magistraturas, e esses cargos são, na maior parte, tirados à sorte. Tendo a liberdade por base, na democracia ocorrerá a ausência de qualquer exigência e o desprezo pelos princípios. A democracia conduz à anarquia: “Estas são as vantagens da democracia: uma forma aprazível, anárquica, variegada, e que reparte a sua igualdade do mesmo modo pelo que é igual e pelo que é desigual”.
Ao exasperar a liberdade como bem supremo, “eliminam-se até asdiferenças impostas pela natureza e, assim, a liberdade em excesso não conduza mais nada que não seja a escravatura em excesso, quer para o indivíduo, para o Estado”. E dessa forma surge a Tirania: do cúmulo da liberdade surge a mais completa e mais selvagem das escravaturas. Primeiro, instaura-se a anarquia, e dessa situação aproveita-se o tirano que, de pretenso defensor da ordem, transforma-se em lobo, impondo a força sobre todos. É o reino da injustiça.
No final do livro IX, Glauco questiona que tal Estado Ideal, como Sócrates