Sistema Pré Operacional
De acordo com Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, o surgimento da linguagem. Logo, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária, no entanto , não é suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem. Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
A criança neste estágio apresenta características como egocentrismo, tudo está voltado para si, sua vontade é suprema, não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro, não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação. Ela tem sua maneira de ser egocêntrica, ou seja, implica a ausência da necessidade, por parte da criança, de explicar aquilo que diz, por ter certeza de estar sendo compreendida. O egocentrismo leva a mesma ter um pensamento pré-lógico, pré-causal, mágico, animista e artificialista. O raciocínio infantil tem uma ligação de fatos que não mantêm relação entre si, ou seja, vai de particular ao particular; o juízo não é lógico por ser centrado no sujeito, em suas experiências passadas e nas relações subjetivas que ele estabelece em função das mesmas. Os desejos, as motivações e todas as características conscientes, morais e afetivas são atribuídas às coisas Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. Por exemplo, a criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes, pois a mesma