SISTEMA COLONIAL PORTUGUES
Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da colônia. O número de cativos de origem africana também cresceu bastante naquela Capitania. Em 1584, 15 mil escravos labutavam em pelo menos 50 engenhos. Este número subiu para 20 mil escravos em 1600. Já na metade do século XVII a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas (Funari, 1996:31).
Nessa época, quando a capitania de Pernambuco era disputada por holandeses e portugueses, surgiu, em uma região hoje localizada no estado de Alagoas, o quilombo que é símbolo da resistência à escravidão no Brasil: Palmares. Palmares foi a maior rebelião contra a escravidão na América portuguesa. Tal quilombo promoveu assaltos a engenhos e povoações, incitou fugas em massa e resistiu por um século à repressão das autoridades coloniais. O mocambo provocou tamanha inquietação na elite que a própria monarquia portuguesa tentou, por diversas vezes, negociar com os rebeldes, propondo-lhes a alforria (Vainfas, 1996). Mas foi apenas lançando mão de um exército de 6 mil homens que o quilombo foi aniquilado, nos últimos anos do século XVII (Lara, 1996: 86).
Após ser destruído, Palmares continuou a existir, como o símbolo de uma ameaça, para a elite da capitania de Pernambuco. O medo que os colonizadores sentiam ao pensar na possibilidade de que outro Palmares pudesse existir levou senhores e autoridades de toda a colônia a buscar formas de reprimir os cativos em caso de fuga. Em função disso, os capitães-do-mato, homens livres cuja profissão era capturar escravos fugidos, foram se tornando cada vez mais comuns. Ademais, diversas milícias foram