Propostas de correcção pág. 160 e 161 - Descartes 1.1 A primeira das quatro regras do método de Descartes exige claramente o exercício da dúvida, pois nessa regra indica-se que nada se deve aceitar por verdadeiro, se não for conhecido evidentemente como tal. Para isso, é necessário evitar a precipitação e os preconceitos, e ter o cuidado de não subscrever juízos que não sejam claros, distintos e indubitáveis. 1.2 A intuição é um acto de apreensão directa e imediata de noções simples, evidentes e indubitáveis, uma luz natural que nos invade o espírito e nos leva a esse conhecimento que não é posto em causa. A dedução, refere-se ao encadeamento dessas intuições, pelo que envolve um movimento de pensamento, dos princípios evidentes até às consequências necessárias. 2.1 A dúvida justifica-se por causa d preconceitos e dos juízos precipitados que formulamos na infância (as coisas falsas recebidas por verdadeiras) e justifica-se porque os sentidos nos enganam e é imprudência confiar neles se se pretender “estabelecer algo de seguro e duradouro nas ciências”. 2.2 No texto, Descartes alude à necessidade de “deitar abaixo tudo, inteiramente (…) e começar, de novo, desde os primeiros fundamentos”. Esta necessidade permite-nos compreender o carácter universal e radical da dúvida: ela não incide só sobre o conhecimento em geral, mas também sobre os seus fundamentos e raízes. Consciente de que poderia “estabelecer algo de seguro e duradouro nas ciências”, Descartes faz da dúvida um meio para atingir a certeza: ela é metódica e provisória. Consiste numa suspensão do juízo, de carácter voluntário, assumindo uma função catártica e libertadora em relação a preconceitos e a opiniões erróneas, que foram recebidas por verdadeiras. Tal libertação (e a subsequente conquista de princípios evidentes e universais) só é possível se se rejeitar como se fosse falso, tudo aquilo em que se note a mínima suspeita de incerteza – daí o carácter hiperbólico da dúvida. 3. O cogito – a afirmação,