sintese
Houve a Conferencia de Berlim em 1884 que teve como objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos desse continente.
África é um continente que foi dividido pelos países europeus, um continente que tinha zonas da Itália, da Alemanha, do Reino Unido, da Holanda, da Espanha, da Bélgica, de Portugal... Todos eles tinham uma parte do continente, uma colonização que no século XIX teve a sua máxima extensão, e viu que, após a I Guerra Mundial agravou muito mais, 1916: Britânicos cederam para a Bélgica a província de Ruanda. A divisão politica, feita de acordo com os interesses coloniais, criou conflitos na sociedade africana, problemas étnicos, econômicos e políticos. Nenhum regime político funcionou no continente. O socialismo não foi eficiente e os estados capitalistas tornaram-se tristes exemplos do mau funcionamento da economia liberal. A miséria que toma a população do continente tem origens na dívida externa que cresce a cada ano.
Ruanda: sofrimento e tragédia
O genocídio praticado em Ruanda é o evento mais trágico da segunda metade do século passado; todavia, dez anos depois, ele está quase totalmente esquecido. A hecatombe de 1994 deve ser lembrada, estudada, analisada, discutida, porque contém um grande número de lições que nos ajudam a entender melhor nosso tempo. Os massacres de 1994 não são frutos de uma explosão de loucura coletiva, mas a máxima expressão de um ódio muito antigo.
A Ruanda pré-colonial certamente não era um país onde todos gozassem de suficiente dignidade e oportunidade; havia divisões sociais, tribais; as monarquias distribuíam privilégios e riqueza de maneira articulada. Mas os colonizadores – inicialmente alemães e, depois, belgas – tiveram grande responsabilidade na exasperada divisão do país entre dois grupos rivais, os hutus e os