Sintese reflexiva as tranças de bintou
No período compreendido entre os séculos XVI e XVII, as crianças eram comumente vistas como adultos em miniatura, participando de eventos e espaços dos adultos do mundo do trabalho e da família, sem distinção de reconhecimento da sua alteridade através de sinais como roupas ou atividades específicas. No entanto, com o surgimento de uma nova classe as mudanças nesses conceitos começam a se operar. A burguesia após se consolidar social busca, através de instituições consagradas ao seu favor, divulgar e manter sua ideologia. A família volta-se para a intimidade de seus membros e fundamenta o estereótipo familiar através da divisão entre seus membros: o pai, sustentáculo econômico do lar, a mãe mantenedora da vida doméstica, e o beneficiário maior de todo o esforço: a criança. Uma segunda instituição que consolida de forma política e ideológica a burguesia é a escola tornando-se o espaço destinado para o preparo do ser infantil em adulto, mediando relações entre este e a tornando-se o espaço destinado para o preparo do ser infantil em adulto, mediando relações entre este e a sociedade e instituindo os modelos a serem seguidos.
O livro destinado à criança surge no meio desse contexto de mudanças e adquire, desde seu início, a função utilitário-pedagógica, uma vez que as narrativas eram pensadas se converterem em divulgadoras dos novos ideais burgueses. Segundo Lajolo e Zilberman
(1991) durante o classicismo francês, no século XVII, são escritas as histórias englobadas como literatura apropriada à infância: As fábulas (1668 e 1694) de La Fontaine, As aventuras de Telêmaco (1717) de Fénelon, Contos da Mamãe Gansa (1697) de Charles Perrault, que tinha poApós a bem sucedida recepção dos contos de Perrault, seguem-se adaptações de romances e aventuras, como Robinson Crusoé (1718) de Daniel Defoe, e Viagens de Gulliver (1726) de Jonathan
Swift.
Apenas no início do século XIX os Irmãos Jacob e Wiliam Griim