Sinhá moça: uma novela de época com tecnologia de ponta
A telenovela compõe um gênero de entretenimento televisivo que desde a década de 1960 tem ganhado bastante espaço no imaginário da população brasileira. O advento da televisão no Brasil a partir de 1950 e a expansão do sinal das emissoras brasileiras ao longo das décadas posteriores contribuíram bastante para a expansão e popularidade do gênero telenovela. Já no ano de 1951, surgiu a primeira telenovela brasileira: Sua vida me pertence, escrita por Walter Foster e exibida pela TV Tupi. A obra não era exibida diariamente, mas possuiu 20 capítulos, com cerca de 15 minutos cada, transmitidos ao vivo, no horário das 20h, alcançando relativo sucesso. Acompanhar histórias seriadas através da televisão tornou-se hábito em muitos lares brasileiros que possuíam o aparelho, sobretudo a partir da década de 1960. No entanto, a idéia de se acompanhar histórias seriadas precede o uso da tecnologia televisiva. Desde o século XIX, os jornais publicavam em capítulos, histórias redigidas pelos grandes escritores brasileiros da época. Romances como O Guarani, de José de Alencar ou Helena, de Machado de Assis chegaram ao conhecimento do grande público através dos jornais. Com o advento do rádio, as histórias seriadas ganharam ainda mais popularidade com as radionovelas. Escritas e interpretadas com intensidade na década de 1940, essas obras acabaram servindo como referência para as histórias seriadas na televisão, sobretudo a partir da década de 1960. Os primeiros atores e autores de histórias seriadas na televisão vinham do rádio, como: Lima Duarte, Janete Clair, Lolita Rodrigues entre muitos outros. Nesse sentido, a tecnologia da televisão utilizou a fórmula radiofônica da novela para conquistar fatia importante de audiência, a partir da popularização do gênero telenovela. A primeira telenovela diária produzida no Brasil foi 2-5499 Ocupado, adaptada por Dulce Santucci, inspirada num original argentino. Foi exibida na extinta TV Excelsior de São Paulo, em