sinestesia
Sinestesia, como figura de linguagem, é o cruzamento dos sentidos, a qualidade de um sentido atribuído a outro, expressão típica de uma determinada categoria de poetas. Quanto mais sentidos cruzados em apenas um sintagma, ou sob uma única conjunção sensorial, mais rica será a frase ou poesia sinestésica.
Exemplos de Sinestesia como Figura de Linguagem[editar | editar código-fonte]
"Vamos respirar o ar verde do outono" (autor desconhecido)
(respirar = olfato / verde = visão, no sentido das cores)
"Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte" (Giuliano Fratin)
(cor = visão / estridente = audição)
“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frémito alegre e doce.” (Eça De Queiros)
(aroma = tato / tato = aroma)
"A melodia do pianista era doce e rósea em suas sublimes imensidões" (Giuliano Fratin)
(melodia = audição / doce = paladar / rósea = visão)
"Estende a mão trazendo a chuva, tocando o som do trovão." (Tiago Iorc) (Tocando = tato / Som= audição)
Sinestesia e cinestesia
Há certa confusão em relação aos termos sinestesia e cinestesia: o segundo termo (cinestesia) refere-se ao sentido muscular, a um conjunto de sensações que nos permite a percepção dos movimentos (Michaelis, 1998); o primeiro termo (sinestesia) refere-se a uma sensação secundária que acompanha uma percepção, ou seja, uma sensação em um lugar originária de um estímulo proveniente de um estímulo de outro (Michaelis, 1998 e Dorsch, 1976). Portanto, é importante ressaltar que o termo sinestesia empregado neste trabalho não se restringe à percepção do movimento e suas propriedades (peso e posição dos membros), mas engloba um conjunto geral de percepções e sensações interligadas por processos sensoriais.
Relações com a estética,