Sindrome nefrótica
A criança com Síndrome Nefrótico e com Doença Celíaca: Percepções relativas ao controlo da doença e à forma como lida com ela (*)
SALOMÉ VIEIRA SANTOS (**) ADELINA LOPES DA SILVA (**)
O impacto psicológico do Síndrome Nefrótico e da Doença Celíaca na criança tem sido alvo de escassa pesquisa empírica, em especial no que diz respeito à Doença Celíaca. Num contexto mais lato, reconhece-se que a doença crónica na infância constitui um factor de stress com impacto significativo na criança (e.g., Garrison & McQuiston, 1989; Perrin & MacLean, 1988; Thompson & Gustafson, 1996). Ela pode ser confrontada com uma variedade de circunstâncias geradoras de stress, nomeadamente os aspectos aversivos dos tratamentos e os correlatos e consequências da doença, as quais requerem respostas de coping (Compas, Worsham, & Ey, 1992).
(*) Parte deste trabalho foi apresentada no I Congresso Hispano-Português de Psicologia: Para uma Perspectiva Integradora, Santiago de Compostela, Setembro de 2000. (**) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.
O coping durante a infância e a adolescência tem sido representado por linhas divergentes, quer ao nível da investigação, quer da sua definição e medida (Compas, 1987b). O nível de desacordo acerca das dimensões básicas do coping resulta, em parte, da ausência de uma definição clara deste conceito em crianças e adolescentes (Compas, 1998), podendo considerar-se, segundo Compas (1987b), que, em termos gerais, o coping é utilizado para incluir todas as respostas a episódios ou acontecimentos geradores de stress. A maioria da investigação neste domínio ou é ateorética (Ryan-Wenger, 1992), ou continua a ser orientada por modelos desenvolvidos para os adultos, os quais têm vindo a ser aplicados às crianças e adolescentes (Compas, 1998; Ryan-Wenger, 1992), com especial destaque para o uso da teoria preconizada por Lazarus e Folkman (1984). Ainda no mesmo âmbito,