Sincretismo
Sincretismo: Sociol. Fusão de dois ou mais elementos culturais antagônicos num só elemento, continuando, porém, perceptíveis alguns sinais de suas origens diversas.
Uma das maiores contribuições para a renovação crítica do Serviço Social brasileiro fora apresentada por José Paulo Netto.
Essa contribuição é responsável por uma interlocução (ligação) da profissão com o pensamento social na modernidade e com representantes clássicos e contemporâneos da tradição crítico-dialética.
Netto pensa o sincretismo da prática do trabalho do assistente social.
Netto se propõe a explicar o estatuto (regulamento) teórico da profissão e identificar a especificidade da prática profissional até os anos 60. Ele considera a natureza socioprofissional medularmente sincrética (mistura de elementos culturais antagônicos), devido a carência do referencial crítico-dialético - ressalte-se que a doutrina marxista ainda não havia sido apropriada pelo Serviço Social.
Pressupondo a ausência de uma abordagem histórico-crítica, a estrutura sincrética do Serviço Social tem seus fundamentos na: questão social, no cotidiano e na manipulação de variáveis empíricas.
Restringir o universo da análise do Serviço Social às formas reificadas de manifestação dos processos sociais, ainda que esse procedimento possa prevalecer no universo profissional, denuncia a mistificação, mas não explica a natureza sócio-histórica dessa especialização do trabalho para além do universo alienado, em que se realiza e se mostra encoberta no sincretismo. Ou seja, o esforço de desvendamento, ainda que essencial, torna-se parcial e inconcluso.
Após caracterizar o sincretismo na prática do Serviço Social, Netto desdobra-o nos níveis da prática indiferenciada, do sincretismo científico e do sincretismo ideológico.
A análise de Netto acerca do sincretismo ideológico foca a trajetória da influência conservadora europeia e norte-americana na cultura profissional.
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