Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir nasceu em 1908 em Paris. Sua família era da alta burguesia francesa e desde pequena a incentivou a ler livros, o que resultou na sua grande paixão literária e pela vida intelectual. Em 1927 começou a estudar Letras e Filosofia na Universidade de Sobornne e tinha como colegas de estudo futuro ícones da filosofia e antropologia como Merleau-Ponty e Claude Lévi-Strauss. Em 1929 De Beauvoir passou no exame de agrégation na École Normale Supérieure e se tornou, aos 21 anos, a mais jovem professora de filosofia na França. Foi na École que Simone De Beauvoir conheceu Jean-Paul Sartre, que se tornou seu principal romance tanto amoroso como intelectual durante toda sua vida. Ele também a introduziu a um círculo intelectual muito importante, que a levou a integrar a corrente existencialista da filosofia. A corrente existencialista trata a própria existência como problema. Assim, ela se centra no indivíduo a sua responsabilidade de realização, tornando-se uma vertente filosófica que vai em contra conceitos que pressupõem uma anterioridade à existência do indivíduo. A questão da liberdade também esteve presente nas obras de Simone De Beauvoir, discutindo sobre a intencionalidade de ser livre e como a liberdade está conectada com os movimentos do próprio ser. Simone viveu e escreveu num período muito delicado da história. Presenciou as duas guerras mundiais e viu o surgimento de diversos movimentos sociais, como o movimento feminista, no qual logo se tornou ícone e referência filosófica e intelectual com seu emblemático livro "O Segundo Sexo". Nele, ela critica o constante e opressivo tratamento da mulher com a acompanhante do homem e, baseando-se em Sartre e Hegel, cria uma obra tão polêmica e estupenda para seu tempo que a Igreja a colocou dentro do seu acervo de livros proibidos. A "filosofia feminista" que De Beauvoir trouxe ao mundo intelectual foi, com certeza, sua maior atribuição intelectual e ela segue sendo uma