SIMBOLISMO

3. O SIMBOLISMO
Surgido após as tentativas mecânicas e racionais de solucionar as problemáticas artísticas advindas da sociedade burguesa que ascendia, fortalecidas pela corrente Parnasiana, o Simbolismo buscava retomar o sentimento de totalidade, a transcendência, que havia no Romantismo, integrando a visão cósmica, muitas vezes transcendente, o que batia de frente com o racionalismo, cientismo, determinismo e até o realismo, por exemplo.
Como podemos ver em BOSI, 2013, p. 279, o símbolo é uma característica fundante da língua, além de se encontrar muitas vezes preso a um contexto religioso, e assumindo a função de vincular as partes do Todo Universal e conferir a cada um o seu verdadeiro sentido. Tal definição nos apresenta tal correlação que foi feita entre o símbolo-palavra e o símbolo-transcendental, no sentido de que os poetas utilizavam da palavra como símbolo, além de símbolos apreendidos pela linguagem, como a Morte, Amor, Dor, Vida, todos em letras maiúsculas por não serem representações simplesmente de um substantivo abstrato, por exemplo.
Entretanto, ao se notar em quesitos estilísticos, o Simbolismo não se afasta tanto do estilismo Parnasiano.
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS DA POESIA SIMBOLISTA
No fim do século XIX, víamos uma burguesia em total ascensão. Com décadas desde a Revolução Francesa, que consagrou a reviravolta no sistema social, as máquinas produzindo cada vez mais e o mundo com cada vez mais soluções mecânicas e um tratamento mais individualista que se integrava na sociedade, surgia uma corrente literária que buscava recuperar a ligação dos cidadãos com algo maior, até ideal, que era encontrado no Romantismo. Entretanto não se tratava apenas de se ver o “eu”, os sentimentos e motivações, mas sim de compreender aquilo impalpável do homem, tal como afirma BOSI, 2013, p.279, sendo isso o fundo comum que sustenta os fenômenos, sendo este fundo Natureza, Absoluto, Deus ou o Nada. Também possuem uma construção musical, com