Silvio
Deu liberdade a cor
Foi no dia 13 de maio
Preto não é mais lacaio
Preto não tem mais senhor
Foi no dia que a princesa assinou
A lei Áurea da Abolição
Hoje o preto pode ser um cidadão
Deputado e senador
Hoje o preto pode ser doutor
Não a mais preconceito de cor!
LIBERDADE, LIBERDADE, LIBERDADE! ABRE AS ASAS SOBRE NÓS.
Há muitos e muitos anos passados comemoravam-se em Piracanjuba a data da histórica de 13 de maio de 1888, ou seja, a Lei Áurea promulgada pela Princesa Isabel, que dava a tão sonhada liberdade aos escravos. Conta-se que a 1ª festa aconteceu em 1948. Apesar da simplicidade, foi um evento digno de se ver. Era a alegria dos afro descendentes que, sabedores das crueldades e injustiças sofridas pelos seus ancestrais, encontravam agora um motivo para cantar, sorrir e dançar, visto que, traziam no coração, a amargura de uma raça valorosa ofendida no seu direito mais sublime: o de viver em liberdade. Esta festa contou com a participação do Dr. Carlos, grande incentivador negro, que trouxe consigo, de Itumbiara, uma “jardineira” de pessoas que vieram prestigiar a iniciativa do Senhor Jacinto de Souza e seus filhos ainda jovens, Maria Rita de Souza, José de Souza, Jacinto de Souza Filho e Juarez de Souza. Os últimos participavam de uma banda que animava bailes e carnavais. Faziam parte da organização o Sr. Mendes, Jonas Baleio, também da Banda, Senhor Nego Brás, Catarino, João Gualberto e tantos outros. Nos anos que se sucederam, nas madrugadas de 13 de maio, a cidade acordava com foguetório que a anunciava mais um dia de festa da comunidade negra. Logo após, todos os homens e mulheres vestidos de brando saíam tocando e cantando pelas ruas, espalhando simpatia e angariando donativos para mais á noite, celebrarem com suas danças e cantos, debaixo de um enorme pé de tamarindo, na casa do Sr. Jacinto e Dona Maria Rita. A festança durava a noite toda, até o raiar de um novo dia. Para fortalecer os ânimos,