Siderurgia verde
Como ampliar a participação de energia renovável, via carvão vegetal, na siderurgia brasileira. ¹
É indiscutível a importância do aço para a sociedade atual. Todavia, o processo de fabricação desse importante componente da vida moderna é consideravelmente intensivo em capital, uso de recursos naturais e em energia. Esse último aspecto implica na utilização de grandes quantidades de combustíveis, levando a níveis de emissão de poluentes que colocam a siderurgia como responsável por cerca de 4% a 6% de todas as emissões antropogênicas de CO2, principal vilão do efeito estufa (MEIJER, 2008). Deste total, cerca de 80% tem sua origem na operação dos altos-fornos, equipamento responsável pela produção do ferro primário (gusa) e que utiliza basicamente combustíveis de origem fóssil (carvão e coque) como termorredutor. Este artigo aborda alguns dos aspectos da produção de ferro primário via carvão vegetal. O Brasil é atualmente o maior produtor de gusa a carvão verde do mundo, num parque formado por mais de 150 mini altos-fornos e dezenas de empresas, apresentando diferentes níveis de evolução tecnológica e operacional. Além dos mini altos-fornos, algumas usinas integradas também operam utilizando o carvão vegetal como termorredutor. As usinas integradas brasileiras a carvão vegetal, todas localizadas em Minas Gerais, produzem tanto aços ao carbono como aços especiais, sendo elas: Vallourec Mannesmann, Gerdau Divinópolis, Gerdau Barão de Cocais e Arcelor Mittal Inox. A Gusa Nordeste, em Açailândia (MA), até então uma produtora de gusa de mercado, tem em plena construção uma aciaria a oxigênio e provavelmente ainda em 2011 estará produzindo aços ao carbono, utilizando como matéria-prima principal o gusa produzindo com energia nacional renovável.
Figura 1: Mini alto-forno acoplado a central termoelétrica para cogeração de energia usando gás de topo.
As usinas elétricas semi-integradas (ou miniusinas), que tem como principal fonte de material