Show De Truman
A publicidade em O Show de Truman
Anderson Corrêa1
São diversas as possibilidades de análises a respeito do filme “O Show de Truman – O Show da vida”. A produção lançada em 1998, que traz um tema bem atual, estabelece uma relação íntima com a realidade, fazendo, em especial, uma crítica à industrial cultural e sua influência na produção de bens de consumo, que será foco deste trabalho.
O filme conta a história de Truman (Jim Carrey), um homem de 30 anos que se vê envolvido em uma farsa. Sua vida perfeita, criada para o entretenimento do público, é vista e comentada diariamente desde o seu nascimento. A saber, Truman foi a primeira criança do mundo a ser adotada legalmente por uma empresa, o que implicou na manipulação de sua própria vida. As mentiras se tornavam verdade a partir do momento em que o telespectador tomava como real todo o jogo de simulações criado pela direção do programa.
Visto como um herói, Truman será modelo de bom cidadão e servirá de parâmetro para os telespectadores, que em dado momento, quando elementos externos começam a interferir em sua realidade, até farão torcida para que ele descubra sua própria identidade. Tem-se aqui uma visão estereotipada de um padrão de vida comercializado pelo programa e comprado facilmente pela audiência. Em uma das passagens do filme, o diretor do programa Christof (Ed Harris) declara que “aceitamos a realidade do mundo tal qual ela nos é apresentada”, uma máxima que corresponde não somente às situações vividas pelo personagem título, mas como também pelos espectadores.
O filme demonstra como os meios de comunicação, especialmente a televisão, controlam a sociedade, ditando valores de mercado e criando possibilidade para posse de bens de consumo. É interessante perceber como a publicidade é abordada no programa. Perder telespectadores em tempos de acirrada disputa pela audiência, os intervalos comerciais não é bem visto pelos produtores. A idéia então é fazer pequenas inserções dos produtos ao longo