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681 palavras
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em perfumes amadeirados, florais, etc.E a essência da literatura é o jogo de palavras? O lúdico pode saltar aos olhos...
Mas a brincadeira pela brincadeira às vezes não fabrica uma essência... Então, textos apenas “brincantes” podem carecer de essência! Essa talvez seja a minha primeira crítica! Será que não há hoje, no mercado editorial, um excesso de livros querendo apenas brincar com o leitor infantil, impregná-lo de uma musiquinha que tem ritmo gostoso, que não sai da cabeça, mas que pode ser puro modismo?! Feita pra tocar na rádio! A essência precisa ser buscada com cuidado. Se fosse num processo químico, a essência ia aparecer quando todo o composto passasse por um processo de separação.
No processo de separação das partes, às vezes se obtém uma quantidade tão pequena de essência! E esses perfumes são os que acabam logo, são os que evaporam rápido. São os textos em que o pseudo-literário é apenas um mau fixador. Quer dizer, para a literatura funciona de modo contrário: primeiro a gente lê, sente, prova, brinca, repete, sonha, imagina, completa, entende, desentende, amplia, etc., tudo misturado. Depois a gente tenta separar para compreender o processo formativo daquele texto que nos afetou tanto.
A crítica age assim. O professor age...
na nossa pele, porque palavra saborosa propicia arrepio, faz a gente sentir a emoção correndo feito riozinho dentro da gente. Então, essência na literatura é tudo isso: é esse ficar em silêncio, talvez, ouvindo o marulhar das águas da emoção, atravessando os afluentes, lá dentro do nosso corpo.
A essência é o que distingue as coisas. Do contrário, todo e qualquer texto seria a mesma coisa! É a essência que individualiza cada obra, cada texto, cada autor. E cada texto exige de quem o apresenta, uma estratégia diferente. Por isso, quem escolhe como instrumento de trabalho a literatura, escolhe a permanente renovação, a permanente estratégia de sedução, escolhe um perfume que combine com cada ocasião e