Serviço e questão social
O Brasil da década de 1970 era representante de uma conjura sócio-política afetada por um governo repressor tanto das artes e da economia como da vida política e social do seu povo. Neste contexto impreguinado de tradicionalismo e ao mesmo tempo necessitado de renovação, surge a necessidade de um profissional de Serviço Social qualificado e polivalente para atender às demandas da população brasileira desgastada, carente e excluída deste período. Mas, para que tais mudanças acontecessem, era necessário o desenvolvimento de um pensamento e uma atitude crítica sobre o papel deste profissional e também dos indivíduos componentes da sociedade. Foi nesta década que o Serviço Social sofreu a forte influência do Personalismo e da Fenomenologia, expressos no Código de Ética do Assistente Social de 1975.
Como premissa básica e muito importante para a "construção de uma sociedade da pessoa humana", o Personalismo, onde a construção de uma reflexão sobre as problemáticas vivenciadas pelos indivíduos em seu cotidiano, leva à uma reformulação da metodologia para a profissão, ressaltando que a existência humana estava diretamente ligada à sua ação, ou seja, o homem só existe quando age e interage no mundo em que vive, sendo que ele interfere e também é capaz de modificá-lo, ressaltando a importância de uma atitude crítica da sociedade para essa ?construção? de uma vida digna para o todo coletivo.
Ainda na década de 1970 encontramos forte influência da Fenomenologia no Serviço Social, já que o direito a liberdade nesta época era reprimido e a manifestação da liberdade de pensamento e decisão eram de importância fundamental na prática profissional, colocando-o como premissa para a profissão. Assim, "para o Serviço Social, o princípio da autodeterminação é básico e expressa o reconhecimento do direito à liberdade do homem, que decorre de sua dignidade inerente como ser humano" (PAVÃO, 1981, p. 35).
Nestas quatro últimas décadas, a questão