Serviço social
Ano III – Número 6 - 2010
Revista da RET Rede de Estudos do Trabalho www.estudosdotrabalho.org
CRISE CAPITALISTA E QUESTÃO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE
Gilmaísa Macedo da Costa Doutora em Serviço Social Professora do Curso de Serviço Social (UFAL)
Resumo O texto discute a questão social entendida a partir da articulação entre os determinantes essenciais da acumulação capitalista, a reação dos trabalhadores através da luta de classes contra a exploração e as respostas do Estado no sentido de conservação da sociedade e na contenção de conflitos entre classes sociais, como um fenômeno objetivo e efetivamente existente na realidade social. Reflete sobre o desemprego crônico e os níveis de pobreza de proporções internacionais como expressões da questão social em meio a uma crise que encontra os trabalhadores subsumidos aos ditames do capital, mas ainda assim persiste a resistência em movimentos específicos, causando inquietação em Organismos Internacionais pelo risco insurrecional que a situação apresenta. Palavras-chave: Crise Contemporânea, Desemprego Crônico, Pobreza, Questão Social.
INTRODUÇÃO
Do ponto de vista do liberalismo, a questão social foi sempre tratada sob a dimensão política do problema, da ameaça de confronto entre os problemas sociais existentes e a reação dos trabalhadores. Tratava-se, nessa óptica, de definir questão social e de estabelecer qual deveria ser a resposta do Estado a tal problema. Entretanto, havia algo efetivamente real. A pobreza e a desigualdade persistiam como uma evidência histórica. O que explicava o pauperismo existente? Se as expectativas criadas pela Revolução Francesa eram de que as novas relações sociais seriam a redenção da humanidade com igualdade, liberdade e
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fraternidade, o que justificava essa nova pobreza? Qual o fato gerador das reações dos trabalhadores, seu