Serviço social
Quando emergiu no Brasil, na década de 1930, o Serviço Social possuía uma característica assistencial e controladora que buscou favorecer o capitalismo monopolista e o desenvolvimento industrial, conformando uma atuação imediatista e acrítica. Neste período, o Serviço Social vinculava-se a função ideológica da moral, ao tratamento moral da “questão social” e em defesa dos setores conservadores da sociedade como o Estado e a Igreja Católica, fato que contribui para a reprodução das relações sociais desta época. Embora houvesse a necessidade de formação laica para o trabalho profissional, nesta época, a prática profissional manteve-se ligada ao conservadorismo moral expresso nas idéias positivistas, o que levou os assistentes sociais a se portarem de forma preconceituosa, conformista e discriminatória diante ás situações que não se adequavam aos padrões de comportamentos considerados corretos. Desta forma, o profissional não analisava as relações de trabalho em suas contradições, o que permitiu a caracterização de sua função como um instrumento que visava evitar o desequilíbrio da ordem. Com as transformações advindas do capitalismo, o Serviço Social demonstra uma aversão à ordem burguesa que era tida como detentora da capacidade de trazer o progresso, mas que por não cumpri-la, o profissional passa a assumir a tarefa de lidar com os desajustes causados por esta sociedade. Durante a década de 1940, a bipolarização ideológica, o Welfare State e o modelo fordista de produção vão exigir uma nova forma de controle por parte do Estado - pautada no consenso/coesão entre as classes, daí o uso da perspectiva da anormalidade que exigia uma ação psicologizante - fato que conduziu à ampliação das grandes instituições assistenciais. É nesta década, precisamente no ano de 1945, que se elabora um novo Código de Ética, apesar de manter alguns valores teórico-político do início da profissão como o positivismo, o