Serviço Social
A modernidade líquida: o sujeito e a interface com o fantasma
Fabio Elias Verdiani Tfouni
Doutor em Lingüística e Língua Portuguesa pela
Universidade Estadual Paulista – Araraquara. Pósdoutorando no Instituto de Estudos da Linguagem da
Universidade de Campinas. Bolsista da FAPESP.
End.: R. Maria Octávia P. Villa, 71. Ribeirão Preto, SP. CEP:
14021-047.
E-mail: fabiotfouni@hotmail.com
Nilce da Silva
Cientista Social. Professora Doutora da Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo. Coordenadora do grupo de pesquisa, ensino e extensão “Estudo das populações migrantes no Brasil e no mundo: o papel da instituição escolar”. Editora do periódico eletrônico
“Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua
Portuguesa”.
End.: R. Antonieta Leitão, 209, apt. 12, Freguesia do Ó.
São Paulo, SP. CEP: 02925-160.
E-mail: nilce@usp.br
Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VIII – Nº 1 – p. 171-194 – mar/2008
172 Fabio Elias Verdiani Tfouni e Nilce da Silva
Resumo
Este artigo apresenta as principais características da modernidade líquida que, segundo Z. Bauman (2005, 2001, 2000, 1998) são desapego, provisoriedade e acelerado processo da individualização; tempo de liberdade, ao mesmo tempo, de insegurança. Tal contexto pode ser definido pela palavra alemã Unsicherheit que significa: falta de segurança, de certeza e de garantia. Tem a cidade de São
Paulo como exemplo deste tipo de sociedade. Notamos uma crise do estatuto do real nesse período, ou ainda, um abalo no conceito de real e do que seria esse real. Neste contexto, talvez possamos dizer que a realidade é o real com toque de fantasia; é o real sem o choque do real. Dito de outro modo, afirmamos e destacamos que o mal-estar atravessa a subjetividade humana, ou melhor, a relação do sujeito com seu próprio desejo, e com os objetos que podem preenchê-lo. Sendo assim, apontamos a constituição da fantasia para não nos depararmos com o real das megalópoles,