Serviço Social
No contexto da expansão capitalista do segundo pós-guerra, a partir da nova condição do capitalismo monopolista, da expansão produtiva fordista e permeado pela organização e lutas dos trabalhadores, desenvolve-se uma nova "estratégia hegemônica" do capital (produtivo-comercial), que incorpora a classe trabalhadora industrial-urbana. O Estado assume tarefas e funções essenciais para a nova fase de acumulação capitalista e inibição-institucionalização dos conflitos sociais da classe trabalhadora. A "questão social" passa a ser como que internalizada na ordem social. Não mais como um problema meramente oriundo do indivíduo, mas como conseqüência do ainda insuficiente desenvolvimento social e econômico. Assim, a "questão social" passa de ser um "caso de polícia" para a esfera da política, passa a ser tratada de forma segmenta, mas sistemática, mediante as políticas sociais estatais. Nessa perspectiva, a pobreza e a miséria, expressões da "questão social", são vistas, a partir das formulações keynesianas como um problema de distribuição do mercado, como um descompasso na relação oferta/demanda de bens e serviços. Com o desenvolvimento das forças produtivas, um contingente da população fica excluído do mercado de trabalho, e ao não poder vender sua força de trabalho, não tem fonte de renda que lhe permita adquirir no mercado bens e serviços. Para enfrentar esse hiato, o Estado deve passar a intervir em dois sentidos: (a) responder a algumas necessidades (carências)/demandas dessa população carente; (b) criar as condições para a produção e o consumo, incentivando a uma contenção do desemprego ou uma transferência de renda (seguridade social e políticas sociais). Promove-se o chamado "círculo virtuoso" fordista-keynesiano.
Neste contexto, novas e velhas são as características que marcam a compreensão da "questão social" e suas formas de enfrentamento: