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Vestindo o uniforme de gari, Fernando quase nunca foi reconhecido ao cruzar com professores ou colegas estudantes do Instituto de Psicologia. Depois de um tempo, acostumou-se. Mas, no começo, a sensação era desconcertante, como revela no livro: "As pessoas pelas quais passávamos não reagiam à nossa presença. (...) Nenhuma saudação corriqueira, um olhar, sequer um aceno de cabeça. Foi surpreendente. Eu era um uniforme que perambulava: estava invisível".
Como os professores da USP – os nomes não são citados –, principalmente os de Psicologia, reagiram à publicação dessas histórias e mesmo ao sucesso do livro? "Não faço a menor idéia", responde Fernando, por telefone, ao chegar em casa após a rotineira viagem de 40 minutos de carro entre São Paulo – onde é professor de faculdade particular – e Jundiaí – onde mantém consultório e mora com a esposa e a filha de pouco menos de um ano.
"Ouço falar das reações, mas nada muito consistente. Mas universidade é uma fogueira de vaidades, ainda mais a USP. Então imagine o que pensam professores que têm 20, 30 anos de faculdade quando ficam sabendo que um trabalho de um ‘estudante de merda’ teve tanta repercussão..."
No dia seguinte, da casa de seus pais no bairro paulistano da Vila Madalena (onde, para economizar, dorme algumas vezes durante a semana), Fernando conta que, à tarde, havia recebido um repórter da Folha de S.Paulo. E que já foi convidado a falar para Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Band, programa do Clodovil. Mas, da televisão, só aceitou participar do Programa do Jô.
Mesmo por telefone, é fácil notar a serenidade e a