serviço social

Serviço Social no Brasil e sua relação com o cristianismo, mais especificamente com a Igreja católica. Ela estuda os primórdios do Serviço Social, marcado por forte influência da Igreja e o processo de mudança, com a progressiva autonomia da profissão e, ao mesmo tempo, a influência de uma corrente de cristãos que se situa no pólo oposto ao conservadorismo da Igreja oficial. Para compreender as mudanças que permitem o aparecimento desta nova corrente, a autora vai às fontes francesas dos movimentos de inspiração socialista-cristã. Lá estão as encíclicas sociais, o Papa João XXIII e o Concílio Vaticano II (1962-1965), a Ação Católica francesa. Os autores que vão influir nesta direção são sobretudo Emmanuel Mounier e Louis-Joseph Lebret. Aqui, a influência maior foi a de Alceu Amoroso Lima, inicialmente conservador mas que, com o tempo, marcado pelo catolicismo social francês - onde a figura de Jacques Maritain ocupa um lugar central -, vai tomando posições cada vez mais abertas e mais críticas. Outro autor que exerce influência no Serviço Social é Paulo Freire, igualmente cristão. Os anos 80 serão marcados pela crescente importância que adquire o marxismo tanto na intelectualidade quanto na universidade e, particularmente, no Serviço Social. Este pensamento estará presente também entre os assistentes sociais que são cristãos militantes. A corrente que expressa esta forma de pensar é a Teologia da Libertação, caracterizada por uma leitura crítica da realidade social e pela opção pelos pobres. Para melhor compreender a relação entre Serviço Social e Religião, a autora elabora uma crítica ao conceito de secularização, quando utilizado para explicar a realidade latino-americana. Ela mostra como a profissão será influenciada pelo cristianismo da libertação e como será marcada pela relação com os movimentos sociais. Os anos 90 são caracterizados pela hegemonia neoliberal e as lutas dos movimentos sociais, da esquerda, inclusive dos/das assistentes