serviço social
As companhias de Marx e de Freud: nem rivalidade, nem equivalência
Marxismo e Psicanálise
Talvez a mais anódina entre elas, aparentemente insignificante, esta partícula uma conjunção aditiva é que merecesse desde já polarizar nossa atenção. Dizemos: marxismo e psicanálise. Encontramo-nos, assim, não perante uma alternativa: marxismo ou psicanálise. Tampouco deparamo-nos com associações híbridas: "psicanálise marxista" ou "freudo-marxismo", expressões que não hesitaram formular-se na Europa e na Argentina, reivindicando uma espécie de pesquisa combinada nem sempre bem sucedida.
O morador impedido
Não há memória para aqueles a quem nada pertence. Tudo o que se trabalhou, criou, lutou, a crônica da família ou do indivíduo vão cair no anonimato ao fim de seu percurso errante. A violência que separou suas articulações, desconjuntou seus esforços, esbofeteou sua esperança, espoliou também a lembrança de seus feitos
O trabalhador impedido
Os direitos humanos deixam de valer como o resultado de colaboração e tornam-se tarefa do indivíduo isolado. De agora em diante, salvo iniciativas em contrário, o homem valorizará o seu ingresso em instituições sociais apenas considerando vantagens a título privado: a conveniência, nenhum motivo a mais, torna-se a magra justificativa do homem burguês para ainda tolerar sua dedicação à cidade e aos outros homens.
O trabalho faz experimentar de uma forma extenuante o fenômeno da finalidade devolvida como uma bola; trabalhar para comer, comer para trabalhar... Se consideramos um dos dois como um fim, ou ambos separadamente, estamos perdidos. O ciclo contém a verdade.
A grande dor do trabalho manual é que somos obrigados a nos esforçar por longas horas seguidas, simplesmente para existir.
A palavra do empregado, dirigida ao patrão, é a conversa de pequenas consultas ou a conversa defensiva ("Faço isso?"; "Não?"; "Mas foi o senhor quem mandou!";