Serviço Social
Sales sabendo disso, na falta de partidos e convencido de que no processo político quem comandas são poucos e não a “coletividade”, propôs o “Pacto Oligárquico”. Fazendo um sistema baseado numa liderança mais do que individual (moderador), mas seria uma liderança institucional.
Haveria independência entre os Poderes, o Legislativo não governa e nem administra, e o poder com condições de esclarecer e dirigir seria o Executivo. “Na prática, o presidente propôs que se reconhecesse automaticamente a ‘legitimidade’ das maiorias estaduais.” E ocorreu um maior vigor nas atas eleitorais, pois era habitual ter fraudes e o famoso “voto de cabresto”. Seria supervisionado pelo presidente da Câmara anterior.
Mesmo tendo que intervir para sustentar as facções opositoras, Campos Sales conseguiu seguir essa “doutrina”. Sem criar um Partido Único, permitiu que as multiplicidades das Oligarquias locais consolidassem o poder em sua área.
“As oposições continuarão a existir, mas à margem do sistema – pelo menos até que, em novos assédios, militares, turba urbana, dissidências históricas etc., voltem noutros governos, a doutrina dos “chefes naturais”, da predominância do Executivo e nele do Presidente, bem como esse peculiar arranjo entre localismo, máquina estatal e clube de notáveis em vez de partidos, caracterizará a República que mais do que dos “coronéis” foi dos oligarcas que controlavam, além das fazendas, a máquina estatal.” – Fernando Henrique Cardoso, página 50.