Serviço social
06/08/2008:
Filhos de casais gays, ou os que têm no padrasto o segundo pai, têm que usar 'a cintura'. Ciúme pode requerer estratégia na hora do presente e da festa.
Os pais Vasco Pedro Gama e Júnior Carvalho com a filha Theodora (Foto: Tiago Carvalho)
Já se foi o tempo em que se dava um só presente no Dia dos Pais. Com as mudanças na sociedade, muitos filhos de famílias modernas têm duas missões neste dia: agradar ao pai e ao padrasto ou simplesmente aos dois pais que formam o casal. Mas ter dois pais também significa carinho, atenção e diversão em dobro.
“Ter dois pais é muito legal. Vou dar dois presentes”, conta, empolgada, a pequena Theodora, de 6 anos. Ela é a primeira criança brasileira a ter, oficialmente, dois pais, com direito a sobrenome dos dois e registro na certidão de nascimento.
“Na escola, a gente quando manda o dinheiro para o material da lembrança, manda em dobro e a professora já sabe”, conta o cabeleireiro Vasco Pedro da Gama, de 36 anos, o Pai Vasco.
O outro pai, Theodora democraticamente chama de Pai Júnior. “Eu saio com ela para comprar o presente do Pai Júnior e ele a acompanha para comprar o meu”, conta Vasco. Foi ele quem conseguiu primeiro a adoção da menina.
Em seguida, com o direito assegurado, Júnior entrou com pedido de reconhecimento de paternidade e conseguiu que eles fossem o primeiro casal gay a registrar, juntos, uma criança no país. “Foi o reconhecimento da lei de uma coisa que já era fato. Uma criança que já estava dentro de casa e me chamava de pai”, completa Júnior.
Pai e padrasto em comemoração dupla
A professora Ana Maria Braga, de 49 anos, também tem que escolher dois presentes diferentes para comemorar a data. E ainda precisa ter cuidado para não mexer com os brios nem atiçar os ciúmes do pai ou do padrasto.
“A gente está sempre junto em todas as ocasiões e os dois morrem de ciúmes um do outro. Em dias de festa, almoço com um e janto com o