serviço social e questão agrária
Emergente da nova questão social, a questão agrária é não apenas relevante, mas essencial para a consolidação dos movimentos sociais. Assim, a questão social abrange a questão rural através do papel significativo que esta exerce sobre o contexto social no país. A discussão, entretanto, não se restringe ao ambiente onde ocorrem os fatos que constroem o universo da questão agrária, mas para a compreensão da importância da mesma deve-se possuir uma visão macro, já que o papel do trabalhador rural no contexto da sociedade expande-se para os limites urbanos, através de múltiplos canais que tornam interligados campo e cidade. O principal destes é o aspecto da dependência em termos produtivos e que, no acirramento da questão agrária reflete na maior incidência do êxodo rural. Desde o Movimento das Mulheres Camponesas, passando pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e tantos outros, a sociedade brasileira busca organizar-se no campo com vistas a uma melhor distribuição de recursos, sobretudo o que se liga à produção e ao direito ao trabalho. Apesar de a sociedade brasileira possuir cerca de 80% da população nas áreas urbanas, o total residente e atuante no campo responde pelo abastecimento geral e pelo relativo equilíbrio populacional, ao se manter nas zonas rurais. Isso dá importância ainda maior à questão rural, já que não são raras as denúncias até mesmo de trabalho escravo no país, ainda que estejamos no século XXI. O neoliberalismo e sua omissão ante a questão social como um todo, enfatizando-se a questão agrária, consolida a nova questão social, não defendida por atores consagrados como José Paulo Netto, Marilda Helena Iamamoto e Pereira, mas existente ainda que apenas com uma nova característica. O desenvolvimento do capitalismo no meio agrícola produziu um acirramento das desigualdades e uma distorção nos objetivos sociais, especialmente da terra que visava a produção e não apenas a especulação, apesar de