Serviço social na universidade
Carina Moljo* Ariane Monteiro Cunha**
RESUMO ____________________________________________________________
_________________________ O presente artigo realiza uma reconstrução histórico-crítica, embasada na perspectiva marxiana, sobre as diferentes concepções de cultura presentes na trajetória histórica do Serviço Social no Brasil e como este vem se apropriando das mesmas. Abordaremos a relação que o Serviço Social estabeleceu com a dimensão da cultura na sua trajetória histórica, de 1930 a 1990, desvelando os processos que constituem a cultura, analisando suas concepções e destacando sua influência na história do Serviço Social no Brasil. Palavras-Chave: Serviço Social, Cultura, História
INTRODUÇÃO
Existe certo consenso de que o Serviço Social, enquanto profissão, emerge no Brasil, na década de 1930, como uma especialização do trabalho coletivo inserido na divisão sócio técnica do trabalho e de que, na sua intervenção, dá respostas tanto para as classes com as quais trabalha como para as classes que contratam seus serviços (IAMAMOTO, 1982). Entretanto, se este é o caminho metodológico que realizamos hoje para conhecer a profissão, quer dizer, se hoje compreendemos que a profissão somente pode ser compreendida a partir da sua inserção nas relações sociais, na totalidade maior onde ela se movimenta, nem sempre foi assim. Esta forma de abordar a profissão – que evidentemente se inscreve dentro de uma matriz de pensamento, aquela inaugurada com Karl Marx (1818-1883) – começa a ser hegemônica no Brasil a partir da década de 1980, fruto da renovação sob a perspectiva da intenção de ruptura, que se processava desde finais da década de 1960 (NETTO, 1996).
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* Prof. Adjunta da Fac. Serviço Social/UFJF-MG. ** Assistente Social graduada na FSS/UFJF-MG..
Libertas, Juiz de Fora, v.4, n.1, p. 78 - 104,