Serra Pelada
A busca pelo enriquecimento fácil levou, nos anos 80, milhares de homens ao Pará depois que o boato de que havia ouro no sudeste do estado, conhecida mais tarde como Serra Pelada, se espalhou. Da noite para o dia, diversas pessoas de diferentes classes sociais largaram seus empregos, inclusive deixando suas famílias, para trabalhar no garimpo.
O próprio governo incentivou essa atividade, pagaram uma grande indenização a Vale do Rio Doce e ele mesmo comprava o ouro com o valor superfaturado para não se ter concorrentes no exterior.
As condições de trabalho que os garimpeiros se submeteram eram precárias, carregavam sacos de terra nas costas e muitos morreram soterrados devido aos desmoronamentos e até em brigas pela terra e espaço.
Mas a irresponsabilidade com que esses homens exploraram esse bem natural ao extremo e sem nenhum controle, afetou muitas questões ambientais, sociais e econômicas. A paisagem modificada, um montanha que tinha em média 150 metros de altura hoje da o lugar a um grande lago de 120 metros de profundidade, o meio ambiente contaminado pelo uso de mercúrio para separar o pó de ouro e uma cidade criada sem infraestrutura, são algumas consequências dessa exploração.
Além de que, os quilos de ouro extraídos diariamente, a ilusão de que ele nunca iria acabar e o deslumbramento de se ter tanto dinheiro, fez com que muitos garimpeiros esbanjassem o que recebiam com festas, bebidas e mulheres. A falta de preparo para lidar com tanto dinheiro, seja por questões culturais ou baixa escolaridade, é provada com a situação que se encontra hoje alguns dos garimpeiros que trabalharam na Serra Pelada. Gastaram todo o dinheiro, vivem em condições precárias e alguns ainda não voltaram para casa depois de tantos anos, por se sentirem envergonhados.
O sonho dos garimpeiros de voltar a encontrar ouro e os rumores de que ainda a muito a ser explorado continuam e são sustentados pelo interesse do governo e de