Serra - Desenhos na Casa da Gávea
Turma: 2
Professor: Luíz Andrade
Aluno: Diego de Oliveira Bizarelo
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Talvez mais do que qualquer categoria de artista, escultores têm uma compreensão inata da linha, volume e forma no papel. Puryear, Shapiro, Balkenhol, Rodin e Kapoor foram todos bilíngüe em escultura e desenho. Richard Serra pertence a esse grupo de uma maneira distinta. Ao invés de traduzir uma linguagem e vocabulário para outro, ele impõe o ritmo e a cadência de uma disciplina sobre a outra. Em essência, ele transforma os diferentes meios de comunicação em dois lados de uma mesma moeda. Ele forja interdependência, em vez de um estado "separado ainda igual" para os dois meios. E a exposição “Desenhos na casa da Gávea” é uma grande oportunidade para testemunhar essa interdependência. É claro que os espaço agora “transparente” proposto por Serra ao retirar as paredes internas da casa valorizando sua arquitetura originalmente modernista valoriza a iluminação que regará seus grandiosos desenhos, que a princípio mais parecem pinturas devido sua proporção.
A exposição apresenta uma seleção de desenhos que estão claramente relacionados com, mas extremamente independentes da prática escultórica de Serra. A relação dos telespectadores com uma escultura de Serra é certamente de admiração, curiosidade e ansiedade, e seus desenhos, embora em menor proporção, ecoam em silêncio esta experiência. De pé diante de um desses desenhos em grande escala (muitos dos quais medem mais de oito metros de altura) é uma experiência propriamente física: a textura da superfície do alcatrão preto puxando-nos para sua tela hipnotizante, seu peso denso, espessura – camadas bruscas de papel feito a mão, totalmente palpável. A composição também pressiona, forçando a sua presença ameaçadora sobre o espaço à sua volta.
Entretanto, mesmo com essa sensação de densidade, as obras também são bastante intimista, ativada com a fisicalidade do pigmento sendo