Sermão Quarta-feira de cinzas
Padre Antônio Vieira “Já somos pó e não pode deixar de ser. Distinguimo-nos, os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído; os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz. A mim não me faz medo o que há de ser o pó. Eu não temo na morte a morte, temo a imortalidade. Eu não temo hoje o dia de Cinza, temo hoje o dia da Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade ou no Céu ou no Inferno. (...) Este homem, este corpo, estes ossos, esta carne, esta pele, estes olhos, este eu, e não outro, é o que há de morrer? Sim. Mas reviver e ressuscitar à imortalidade. Mortal até ao pó, mas depois do pó, imortal. Acima um breve resumo da obra de Antônio Vieira, que escreve magicamente verdades que poucos são capazes de entender. Muitos (inclusive nós) se preocupam somente com a vida na terra, mas esquecem que essa não é a eterna, e que nesse (curto) tempo em que vivemos aqui, não devemos nos apegar tanto as coisas materiais, mas sim cuidar da alma, para que possa então viver a eternidade. É realmente mágico o jeito que Vieira nos faz ver a vida, ele usa as palavras certas para nos mostrar coisas das quais já estamos cansados de saber, mas que muitas vezes nos esquecemos. Essa coisa de “Sois pó e em pó vos haveis de converter” já nos é falado desde que nascemos, mas nos preocupamos tanto com a vida na Terra, com as coisas materiais, etc. que nos esquecemos dessas verdades simples, que Antônio Vieira faz questão de nos lembrar com sábias palavras.