Sermão de Santo António
A mensagem veiculada por este sermão é absolutamente actual, pois a nossa sociedade continua materialista, interesseira e ambiciosa, é constituída por poderosos que humilham, desprezam e oprimem os mais fracos, explorando-os e subjugando-os. Assim, o sermão critica e denuncia comportamentos esses que o homem deve afastar de si para seguir outro rumo e pôr em pratica os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Entende-se por alegoria uma representação concreta de algo abstracto. O “Sermão de Santo António aos Peixes” está associado a este conceito, pois o padre António Vieira, quando fala aos peixes, na verdade é aos homens que se dirige, sendo os peixes metáfora dos homens.
Assim, o orador, à semelhança de Santo António, foi pregar aos peixes já que os homens não o ouviam: “ […] quero hoje, à imitação de Santo António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes […]”.
O pregador destaca quatro peixes e atribui-lhes defeitos, como é o caso da arrogância personificada pelos roncadores (“É possível que sendo vós uns peixinhos tão pequenos, haveis de ser as roncas