Sermão aos Peixes
Interpretação
Discurso político
É um texto no qual se defende uma tese com base em argumentos devidamente exemplificados.
Estrutura:
Introdução – tese;
Desenvolvimento – argumentos positivos, argumentos negativos ou contra-argumentos: refutação, falácias (argumentos inválidos);
Conclusão – síntese dos argumentos.
“Sermão de Santo António aos Peixes”, Padre António Vieira
Barroco
O “Sermão de Santo António aos Peixes” insere-se no Barroco (séc. XVII), caracterizado pela utilização de contrastes, pelo pessimismo, pela presença de impressões sensoriais, pela preocupação com a duração da vida, pela intensidade, pela linguagem erudita e trabalhada e pela tentativa de conciliação entre a religião e o racional. O Barroco é associado aos exageros quer na linguagem, como na transmissão de ideias e pensamentos, como na arte.
Estrutura do sermão
Exórdio – Apresentação do tema. Pretende-se alcançar a benevolência, a simpatia e a atenção dos ouvintes.
Exposição – Apresentação dos argumentos.
Confirmação – Confirmação dos argumentos com exemplos.
Peroração – Amplificação dos melhores argumentos. Apelo ao auditório.
Cap. I Introdução
Exórdio
Cap. II
Cap. III
Cap. IV
Cap. V
Desenvolvimento
Exposição e Confirmação
Cap. VI Conclusão Peroração
Contextualização do sermão
É dentro das lutas que dividem os jesuítas e os colonos, por causa dos indígenas, que o Padre António Vieira profere este sermão.
Os colonos exploravam de forma desumana os índios. Eram homens sem escrúpulos que enriqueciam à custa do suor e do sangue dos pobres índios. Vieira defendia os seus direitos e pretendia a abolição de leis que os tornavam cativos. A palavra era a sua maior arma.
O tema do sermão é, então, a denúncia das atrocidades que os índios sofrem às mãos dos sanguinários colonos. Toda a crítica é feita sob a forma de alegoria na qual os peixes simbolizam os vícios dos homens.
Análise do sermão
Cap. I