Ser social

Eles Não Usam Black Tie
O Filme mostra as dificuldades para organizar a classe trabalhadora brasileira nos anos 1970, período marcado pela transição da ditadura para a democracia capitalista. Nele vemos duas posições ideológicas, a do Pai (Otávio) ex-preso político na ditadura militar que é atuante do movimento operário e a do Filho (Tião) que, apesar de ser metalúrgico, quer mais é “se dar bem na vida”. E isso se torna mais evidente quando ele descobre a gravidez de sua namorada (Maria). Então Tião se opõe ao movimento operário no qual seu pai faz parte, preocupando-se apenas com o seu lado e da nova família que formará, chegando a furar a greve. Contrapondo-se até com a sua então noiva Maria que também era operária e apoiava o movimento. A mãe Romana, por sua vez é o apoio dos homens da casa. Tanto seu marido Otávio, quanto seu filho Tião vêem nela alguém com quem podem contar nos momentos difíceis. Sempre disposta, a mulher cuida da casa e é quem dá suporte emocional ao marido e o filho em seus conflitos como a greve e a gravidez de sua Nora Maria. O filme apresenta diversos aspectos da sociedade brasileira como a luta de classes, a repressão dos tempos de ditadura, a diferença social e os conflitos familiares. Toda a trama é uma luta da esperança de soluções coletivas contra a busca de soluções individuais.
A situação do proletariado é caótica: o bairro (favela, morro) operário é paupérrimo, a comida sempre escassa, casa pequena, inacabada, filho dormindo no sofá da sala, a presença do alcoolismo como fuga pra os problemas reais, o boteco da esquina, a violência armada dos jovens em busca da sobrevivência entre outros. Além disso, a violenta repressão policial seja contra jovens, mulheres ou trabalhadores. A forma de atuar dos patrões é abusiva e de extrema exploração, com demissões e admissões no seio do operariado, bem como o arrocho salarial com lhes convêm também podem ser observadas no filme.

Tião fura a greve com medo de perder o emprego, no entanto