SER CRISTÃO
O contrário do cristão-novo era o cristão-velho, ou seja, cristão que não tinha antepassados de origem judaica. Também chamados de “conversos”, eles acabaram adotando o catolicismo como religião devido a diversos fatores. Entre eles, podem ser citados: medidas governamentais, pressão da sociedade, catequese motivada ou compulsória, influência pelo teatro religioso e medo de hostilidades ou expulsões.
Durante os séculos XV e XVIII, um dos países em que os cristãos-novos sofriam grande repressão era a Espanha. Na nação ibérica, além de serem alcunhados como porcos, eram alvo da intolerância em relação aos judeus recentemente convertidos. Esta aversão aos judeus pode ser explicada pelos seguintes fatores: ascensão da burguesia e as conquistas ultramarinas motivadas pela religiosidade e crescimento econômico. Porém, mesmo sob pressão, uma parte dos judeus convertidos continuava a cultuar Iavé secretamente.
Com marcante presença em todos os setores da sociedade europeia, os cristãos-novos eram conhecidos por seu talento e inteligência. Em sua maioria, eram pessoas instruídas e com larga cultura. Por isso, conseguiram assumir posições importantes e estratégicas, ocupando cargos na área de administração das cidades, órgãos fiscais e tributários. Com isso, causavam inveja na população, pois tinham o respeito dos monarcas e pessoas importantes, até mesmo na Espanha.
Toda a antipatia que geravam, aliada a fatores políticos e religiosos, influenciou no estabelecimento da Inquisição em 1478 em Castela. Este era um tribunal instituído pela Igreja católica que tinha o objetivo de investigar e