Senso Comum
RELAÇÃO ENTRE SENSO COMUM E CIÊNCIA
A ciência e o senso comum são dois lados de uma mesma moeda. O lado ciência representa a parte dinâmica que faz o conhecimento evoluir. É a fase construtora do conhecimento. O lado do senso comum representa a fase conservadora do conhecimento e por isso tem a característica de imobilidade, tendendo a se repetir em um ciclo fechado, eternamente, se não for afetado pelo dinamismo evolutivo da ciência. São expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. O senso comum e a ciência possuem mais em comum do que imaginam. Ambos não investigam toda a realidade, mas apenas aquilo que se apresenta como um problema. Todo conhecimento começa com um problema. Quando não há problemas, não pensamos, e nos acomodamos. Devemos primeiramente analizar separadamente cada forma de conhecimento. O senso comum, com sua característica imutável, é passado através das gerações sem questionamentos. É uma falta de fundamentação, tratando-se de um conhecimento adquirido sem base crítica, precisa, coerente e sistemática. Vai integrando, ainda que de um modo precário, todo o conhecimento humano, produzindo para cada pessoa ou grupo social um modo particular de interpretar os fatos e o mundo que o cerca. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, construído muitas vezes de tentativas e erros, a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. E é na tentativa de facilitar o dia-a-dia que o senso comum produz suas próprias "teorias" médicas, físicas, psicológicas etc. Diferentemente, a ciência é uma atividade reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano a partir de um estudo sistemático e não simplesmente da adaptação à realidade. Quando fazemos ciência, afastamo-nos da realidade para compreendê-la melhor, transformando-a em objeto de investigação - o que permite a construção do